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Juntos Trabalhando a Disciplina Consciente

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Por: Alberto Adade Filho

Embora para alguns seja convicção antiga de que a Disciplina Consciente (DC) é o principal pilar do modelo educacional do ITA, devido ao aumento de manifestações nesse sentido, nota-se que essa percepção vem se disseminando. Não é uma assertiva passível de prova, mas é possível argumentar a seu favor. E para provocar, conhecendo o gosto pela polêmica dos caríssimos leitores, “o ITA foi e é o que é por que existe a DC”.

Ao estabelecer que: “… o Instituto tem por objetivo ministrar o ensino e a educação necessários à formação de profissionais de nível superior…”, a lei de criação do ITA (Lei 2.165 de 05/01/1954) o projeta além do significado usual de uma escola cuja finalidade é a de ministrar ensino coletivo.

Não é possível entender o ITA e o sentido da DC sem conhecer minimamente a sua história. E essa história delineia um modelo singular em uma escola diferenciada por concepção e forma. O Prof. Richard H. Smith, primeiro reitor do ITA e um de seus principais idealizadores, em uma de suas palestras, ao justificar a criação do Curso Fundamental do ITA (que atualmente se constitui nos dois primeiros anos de formação básica geral de engenharia), elencou como a primeira das 3 condições para se formar um bom profissional:

“A média dos estudantes brasileiros do curso secundário precisa ser mais ou menos reeducada com respeito a hábitos de trabalho e, mesmo, em alguns casos, a hábitos de honestidade. … Muitos estudantes brasileiros do curso secundário também lucrariam consideravelmente em um ambiente escolar de perfeita honestidade e integridade, o qual, infelizmente, nem sempre existe nas escolas secundárias, mas que será um fato no Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Será, entretanto, melhor criar esse ambiente recuperador em uma escola fundamental separada, …”.

E nas palavras do Prof. André Johannes Meyer – Reitor, em Aula Inaugural de 1954:
“Outro ponto, relativamente novo para o Brasil, deve ser referido. A questão consiste em indagar se a escola deve ou não aceitar encargos além dos limites do campo de preparo estritamente técnico e intelectual, como por exemplo, a incumbência de desenvolver qualidades de liderança, responsabilidade e boa cidadania. Foi decidido, como política básica, que o ITA aceitaria encargos adicionais dessa natureza e providenciaria a criação de condições e processos especificamente orientados no sentido de ensejar a maturidade e o completo desenvolvimento de personalidade desejáveis numa sociedade democrática.”

Àquela altura, 4 anos após o início do funcionamento do ITA em seu campus, a DC estava em processo de criação e implantação na Escola, como resultado do empenho e discernimento de grandes lideranças docentes (registre-se a relevância do papel do Prof. Joseph Morgan Stokes, reitor no período de 1951-1953) e discentes do Centro Acadêmico Santos-Dumont (CASD), órgão representativo dos alunos.

Fundada em valores, um dos principais a confiança mútua e na instituição, o sentido da DC é o estabelecimento de um regime virtuoso de convivência e trabalho, um ambiente de liberdade, responsabilidade e credibilidade, cuja vivência e prática ensejam a melhor formação integral que a Escola possa proporcionar a seus estudantes.

A DC auxilia na compreensão do significado histórico e propósitos do ITA e reforça o senso de pertencimento a essa Escola. Haja vista a DC ser sempre um assunto na conversa de ex-alunos, alunos e professores que reiteradamente se orgulham e se manifestam quanto a sua importância formativa, que transcende ao período e às questões escolares.

Há pontos objetivos que são intrínsecos ao modelo instituído de DC e de percepção clara e imediata, dentre os quais: a honestidade intelectual e a conduta correta no estudo e aprendizado. Mas há outros, como o comprometimento com a formação e o de portar-se dignamente. O modelo é institucionalizado e uma marca da Escola, o que convida, a bem de todos, que o indivíduo deva concorrer séria e conscientemente a se integrar a ele.

Há vários indicadores que apontam ou certificam a qualidade de formação do ITA e a relevância de seus resultados, inclusive em avaliações relativas e comparativas (dada a escola ser de pequenos números). Esses resultados são muito difíceis de conseguir sem o lastro e o “drive” de um modelo diferenciado, e dentre os seus vários elementos, a DC é o maior diferencial.

Tendo em vista que grande parte das realizações e contribuições de qualquer escola, em todas as áreas e por sua natureza, ocorrem e se verificam pela atuação de seus egressos, considera-se razoavelmente defendida a assertiva que foi feita no início.

Entretanto, acontecem “altos e baixos” nessa história. Novos tempos, novas pessoas, novos rumos, velhos e novos problemas, o ITA como escola precisa estar em um processo contínuo de se reinventar, para manter posição de destaque no cenário educacional e para cumprir com excelência seus objetivos. Os desafios são grandes e há algumas ameaças ao modelo, assunto para outro momento. Mas, já como uma reação, o senso de importância da DC para a formação do aluno, compartilhado por professores, alunos e ex-alunos, levou à constituição de um grupo de trabalho em prol da Disciplina Consciente (GTDC), que objetiva contribuir para o fortalecimento da DC, e que irá apoiar a Escola divulgando informações e promovendo estudos, pesquisas e encontros sobre o tema, no sentido de ampliar o conhecimento da comunidade e de reforçar continuamente a importância da sua prática. O GTDC vem crescendo dado ser um grupo aberto, bastando o interesse manifesto ou convite aceito para ser integrado ao mesmo. A meta inicial estabelecida pelo grupo foi no sentido de se unificar uma conceituação da DC, especialmente para consolidar alguns entendimentos e reorientar outros, dando mais clareza de significado.

No decorrer desse trabalho, surgiram levantamentos históricos, documentos e novos textos que agora enriquecem a base complementar de informações, criada pelo GTDC, sobre a Disciplina Consciente. Na sequência, observou-se a necessidade de se formar subgrupos temáticos, pois há questões que precisam ser trabalhadas logo e em paralelo, como a DC e a Pós-Graduação, a “judicialização” dos processos disciplinares, o apoio ao CASD e ao DOO e outras, que demandarão ações de curto e médio prazos. Espera-se da atuação do GTDC o fomento de ações coordenadas na Escola envolvendo protagonistas na gestão e prática da DC, como o CASD e o DOO, a Divisão de Assuntos Estudantis (antiga Divisão de Alunos) e o Sistema de Aconselhamento.

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