A jornada inspiradora de dois iteanos 

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Conhecer a história dos iteanos Wataru Ueda (T82) e Tatsuo Suzuki (T75) é sinônimo de como o desenvolvimento, o conhecimento, a perseverança e, acima de tudo, ter uma missão definida, podem beneficiar toda a sociedade. 

Eles são fundadores da Magnamed, empresa líder no Brasil na área de ventiladores pulmonares. Um dos marcos da companhia ocorreu em 2020, ano da pandemia da Covid-19. Com muito trabalho e dedicação, entregaram mais de 7 mil ventiladores, em tempo recorde, ao Ministério da Saúde. Meta cumprida “com muita honra e orgulho” e, com a nobre missão de ajudar a preservar vidas. 

Os dois conversaram com a ITAEx e contaram um pouco sobre essa trajetória e suas vidas. Confira: 

O que os levou a escolher o caminho da engenharia? 

Wataru Ueda(WU) – Eu conheci a engenharia através de meu pai que era técnico mecânico e gostava de vê-lo reparando aquelas máquinas de contabilidade mecânica, muito interessante. Ele sempre me falou para estudar bastante e aprender tudo que pudesse para que um dia, seja em que área fosse, me tornasse bom naquilo que faz.  

Tive muita dúvida entre medicina e engenharia, mas acabei escolhendo engenharia para poder desenvolver tecnologia. Quando comecei o cursinho, não tinha ideia de qual área seguir, mas ao longo do ano, me interessei muito pela eletrônica, uma área extremamente promissora com muita tecnologia em desenvolvimento, principalmente na área de computadores. 

Tatsuo Suzuki (TS) – No início, pensava em fazer medicina, mas, conheci a história de um médico anestesiologista que desenvolveu um respirador ciclado a pressão quando toda ventilação mecânica era feita pelos anestesistas, manualmente, durante toda a cirurgia com anestesia geral. 

Sempre gostei de inventar dispositivos mecânicos para facilitar as tarefas do dia a dia. Para não ter a mesma frustração daquele médico que sempre quis ser engenheiro, mas optou pela medicina por exigência da família, resolvi trilhar o caminho da engenharia. 

Como surgiu a Magnamed?  

WU – Logo que me formei, fui trabalhar numa das mais importantes indústrias de informática da época, a Itautec, onde desenvolvi diversos equipamentos para automação bancária e na linha de computadores com muita interação com mecânica. Quando chegou a abertura de mercado na década de 1990, acabei ingressando numa das maiores empresas brasileiras de equipamentos médicos na área de anestesiologia e de cuidados críticos para embarcar tecnologia eletrônica de controle, interfaces homem-máquina. Foi muito gratificante, pois acabei aliando a engenharia à medicina, e tive dois grandes professores que me ajudaram muito na aquisição de conhecimento – Dr. Kentaro Takaoka e o Tatsuo Suzuki. Quando fui contratado, o Tatsuo me disse:  que uma vez que começasse a trabalhar na área, nunca mais a deixaria. E, realmente, é uma grande verdade, pois é muito gratificante. 

Em 2005, eu e o Tatsuo resolvemos sair da empresa e iniciar a Magnamed, alguns meses depois juntou-se a nós um politécnico, Toru Kinjo. Incubamos a empresa no CIETEC-USP (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia – Universidade de São Paulo) por dois anos até que a base do projeto estivesse pronta, quando resolvemos mudar para um local onde pudéssemos obter a BPF-ANVISA (Boas Práticas de Fabricação – ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)) e certificar o produto para iniciarmos as vendas. Porém, este processo só se concluiu no final de 2010, mas junto com isso, conseguimos a certificação Europeia para o produto (CE). Isso nos permitiu iniciar as exportações e ganhamos um grande contrato na África do Sul. A Magnamed nasceu exportando produtos. Somente em meados de 2011 é que começamos a vender no mercado nacional.  

Tatsuo Suzuki (à esquerda), Wataru Ueda (centro) e Toru Kinjo (à direita).

Foto: Ilana Bar_Divulgação

Mas falando do produto, ele é fruto de muita pesquisa e tecnologia desenvolvida. É um ventilador pulmonar focado no segmento de transporte, emergência e resgate. Um produto extremamente inovador que atende todo tipo de paciente, muito leve e com duração de bateria longa que permite transportes com duração superior a 6 horas, ideal para as distâncias continentais como as brasileiras. 

Um dos pontos fortes da Magnamed é a solidez do seu Sistema de Gestão da Qualidade, que consideramos ser a espinha dorsal da empresa, e dá suporte a todas as ações. Foi construído desde o primeiro dia e a conscientização das pessoas é constante. É por isso que a empresa tem o respeito de todos pela primazia da qualidade de seus produtos. 

Durante a pandemia da Covid-19, a Magnamed teve um papel importante ao ajudar a preservar vidas. Qual foi o maior desafio nesse período?  

WU – A Magnamed sempre participou das grandes feiras internacionais e, no final de 2019 para início de 2020, começamos a receber solicitações de diversos países para venda de nossos ventiladores. E numa das maiores feiras internacionais do setor, que ocorre geralmente no final de janeiro, os pedidos se intensificaram e nos levaram a replanejar as compras de materiais para fabricação dos produtos.  

Quando foi decretada a pandemia da Covid pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 11 de março de 2020, o Ministério da Saúde nos solicitou a fabricação de uma grande quantidade de equipamentos num prazo muito curto. Para a Magnamed seria extremamente desafiador fabricar a quantidade solicitada, mas começamos a buscar alternativas e, nessa época muitos ministérios, empresas e pessoas nos ofereceram ajuda.  

Produção durante a pandemia da Covid-19 – Projeto Respira Brasil

Talvez o maior desafio tenha sido o ”lock-down” mundial, pois havia muita falta de peças e de fabricantes em condições de operar e, ao mesmo tempo, muitos fabricantes de ventiladores solicitando peças com prioridade. O Ministério de Relações Exteriores também nos ajudou a conversar com muitos dos fabricantes internacionais para que os componentes fossem entregues a tempo. Mas, fundamental, foi o conjunto de empresas que participaram diretamente do projeto que chamamos de “Respira Brasil”. Participaram Suzano, Klabin, Embraer, White Martins, Positivo, Flex, GM, Fiat e toda a nossa rede de fornecedores num esforço conjunto nunca visto. Entregamos mais de 7 mil ventiladores pulmonares ao Ministério da Saúde. 

E como foi antes da pandemia da Covid-19? Pode nos falar sobre alguma participação importante da Magnamed? 

WUHá vários projetos importantes para a Magnamed. Um deles foi o de equipar as ambulâncias para as Olimpíadas no Rio de Janeiro, em 2016. Vencemos a licitação e foi pouco tempo para entregar os produtos. Foi muito gratificante ver que os equipamentos estavam presentes nos veículos para qualquer emergência durante os eventos nas diversas arenas esportivas. 

Atualmente, quais são os principais mercados da empresa? 

WU – Os nossos produtos são vendidos em mais de 70 países ao redor do mundo e, recentemente, obtivemos a certificação FDA (Food and Drug Administration) para o Oxymag (primeiro projeto da Magnamed). Com isso, novas portas estão sendo abertas para expansão da marca nos Estados Unidos e no mundo. 

Como o senhor vê o futuro?  

WU – A Magnamed nasceu com a missão de “Ajudar a Preservar Vidas” e isto continuará, creio eu, para sempre. A equipe Magnamed está sempre pensando em como inovar nesta área para cada vez mais cumprir esta missão, hoje focada em ventilação pulmonar, mas quem sabe, o que mais podemos entregar. Faz parte do DNA da empresa a Paixão pela Inovação e estão sempre pensando em como Fazer Simples e Fazer Melhor. 

Como é ser um iteano, de que maneira estar nessa comunidade contribuiu ou contribui para o desenvolvimento da empresa? 

WU – O exemplo mais marcante de fazer parte da comunidade iteana foi a ação conjunta da turma 82 para que pudéssemos entregar os mais de 7 mil ventiladores pulmonares. Foi no nosso grupo de whatsapp que postei sobre a necessidade de atender ao pedido do governo e, imediatamente, recebi respostas de apoio e uma ligação que selou a execução da solicitação. O meu colega de turma Walter Schalka, CEO da Suzano, ofereceu ajuda incondicional colocando à disposição toda a equipe para fazer o necessário com celeridade para entregar tudo no menor espaço de tempo possível. Acabamos chamando o projeto de “Respira Brasil”. 

TS – Ser um iteano é um motivo de satisfação e orgulho. Ainda ouço as pessoas falarem que somos “gênios”. Muitos devem pensar que aparelhos projetados por iteanos devem ser excepcionais e deve contribuir para uma melhor imagem da empresa.  

E nas horas de lazer, o que podemos falar sobre os senhores? 

WU – O meu hobby é a prática de Tiro com Arco (Arco e Flecha) em suas diversas modalidades. Ao longo dos anos conquistei vários troféus e medalhas seja no torneio paulista como no torneio brasileiro. O auge da minha prática foi em 2018 quando conquistei a medalha de bronze no campeonato brasileiro de Masters em Minas Gerais. Este esporte tem o ponto forte na concentração: saber que ao largar a flecha a decisão está tomada e não há como desviá-la até que atinja o alvo. Assim como na vida, a concentração, disciplina e foco ajudam a realizar muitas coisas. 

TS – Nas horas de lazer, deixo de ser engenheiro. Tenho como hobby cantar, mas uma das diversões que propicia muito prazer, é inventar coisas. 

  

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