O papel transformador de uma mulher por meio da Sustentabilidade

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Andressa de Mello (T02), 43 anos, é uma profissional reconhecida por sua trajetória marcante e diversificada, impulsionada por uma formação inicial em Engenharia da Computação pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e, posteriormente, enriquecida com um mestrado em Sustentabilidade pela Schumacher College, na Inglaterra.

“Educação é a principal ferramenta de transformação social!” Essa visão começou com sua experiência pessoal: nasceu e cresceu na periferia de São Paulo. Estudou em escola pública e vivenciou uma realidade em que crianças e adolescentes começavam a trabalhar o mais cedo possível para poder contribuir com a renda da família. Participou das Olimpíadas de Matemática e ganhou a primeira medalha de ouro, ainda na sexta série, quando ouviu falar sobre bolsas de estudo em bons colégios, e que aí talvez pudesse entrar em uma faculdade pública.

Foi por meio do acesso a uma educação de qualidade, com muitas horas dedicadas e pessoas que a apoiaram na jornada, que conseguiu criar e acessar uma nova realidade. Trilhando este caminho, um mundo novo de possibilidades se abriu.

“Conheci diferentes áreas de atuação e novas culturas. E isso me fez acreditar que sempre é possível fazer diferente. Basta ter curiosidade, ousadia e estímulo adequado”, define.

A formação no ITA deu a Andressa uma bagagem grande de busca por excelência, lógica, entendimento e resolução de problemas, estabelecimento de processos e uso da tecnologia como ferramenta para obter melhores resultados. O mestrado na Schumacher College mostrou como entender e incorporar os aspectos intangíveis. 

O pioneirismo e o espírito inovador de ambas as escolas influenciaram diretamente a abordagem de Andressa, que recorda-se de como, no ITA, frequentemente pensava: “Deve ter sido uma ideia realmente audaciosa alguém decidir criar uma faculdade de aeronáutica em um país e em um local sem tradição nesse campo. Esse espírito pioneiro é algo que precisamos cultivar mais em nossos negócios e iniciativas se quisermos construir sociedade e economia verdadeiramente sustentáveis”.

Com os pais, na formatura do ITA

Durante sua formação no ITA, Andressa destacou-se não apenas pela excelência acadêmica, mas também pela liderança como presidente da AIESEC (Association Internationale des Étudiants en Sciences Economiques et Commerciales) e por sua participação em um programa no Instituto Weizmann, em Israel – experiências que moldaram sua visão global e sua habilidade em trabalhar com diferentes culturas, um aspecto importante em sua carreira.

Após a graduação, Andressa iniciou uma carreira internacional, começando na HP (França), onde demonstrou sua capacidade de resolver problemas complexos em colaboração com equipes multiculturais. Essa experiência foi fundamental para seu desenvolvimento profissional, especialmente em entender a interseção entre tecnologia, negócios e relações internacionais.

Outras experiências no início da carreira marcaram princípios que compõem algumas das razões que levaram Andressa a querer contribuir ativamente para construir um mundo melhor, com soluções práticas para problemas multidisciplinares, envolvendo as pessoas e gerando valor para elas. Dentre as experiências de Andressa, citamos Boston Consulting Group (BCG), Natura, Grupo JBS, Veste e Enjoei.

A transição para o empreendedorismo culminou na fundação da Sust’nReal, uma consultoria pioneira focada em soluções sustentáveis com diferencial na abordagem integrada de Andressa, que combina formação técnica com visão holística de sustentabilidade, incorporando aprendizados tanto do ITA quanto da Schumacher College.

A iteana acredita firmemente na educação como um agente transformador, refletindo em sua própria jornada pessoal de superação das dificuldades na infância. Essa visão alimenta seu compromisso em promover mudanças significativas através de seus projetos na Sust’nReal, que incluem iniciativas inovadoras em economia circular e desenvolvimento socioambiental na Amazônia.

Uma das iniciativas que mais tem orgulho foi ter criado o Sust’nTalks, para disseminar conhecimento de sustentabilidade como valor de negócio. São conversas ao vivo que conduz com convidados de diferentes áreas e setores, transmitidas no LinkedIn e no YouTube da Sust’nReal. 

Em maio deste ano, Andressa foi a única mulher iteana convidada para a segunda edição do Engineering Education for the Future (EEF-2024), onde abordou temas como eventos climáticos adversos, economia circular, complexidade, e o fator humano relacionado à inclusão e saúde mental no painel “Inovação e Sustentabilidade na Indústria e a Formação do Engenheiro para o Mundo em Transformação”. Fez uma chamada à ação, destacando a necessidade de engenheiros e engenheiras capazes de enfrentar nossa realidade com sustentabilidade e sensibilidade. E, voltar ao ITA foi uma experiência emocionante e gratificante para ela: “Participar de uma discussão tão rica para a evolução da instituição, mantendo seu compromisso com a excelência e a inovação foi muito compensador. E a mensagem persistente do evento foi clara: a engenharia do futuro deve formar pessoas com excelência técnica e humana, capazes de enfrentar a complexidade e os desafios sociais e ambientais do mundo. Aproveito e parabenizo a ITAEx por viabilizar um evento de magnitude e profundidade!”

No EEF-2024 – Andressa foi a única mulher iteana convidada para o evento

E continua: “Sabe o que me dei conta durante o evento? Que eu sempre fui engenheira! Apesar de formada em Engenharia de Computação, nunca exerci a profissão. Entretanto, aprendi que a essência da engenharia é identificar e resolver problemas – exatamente o que faço ao trazer soluções de negócios e na cadeia de valor para desafios socioambientais”.

Soube, há pouco tempo, que ficou em segundo lugar no vestibular do ITA, em 1998. Na época, as notas e a classificação não eram divulgadas. “Essa notícia trouxe um turbilhão de sensações e a lembrança de outra conquista: fui primeiro lugar no vestibular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), no mesmo ano”, conta com orgulho. Ela diz que tem aprendido que expor conquistas e feitos não se trata apenas de reconhecimento pessoal, mas também de inspirar outras mulheres a seguirem em frente, mostrando que é possível ocupar esses espaços. 

No período em que estudou no ITA (1998-2002), a representação feminina era uma novidade. Foi da terceira turma de mulheres, a primeira no H8, o alojamento. Eram poucas em um ambiente predominantemente masculino, o que trazia desafios adicionais, e aprendeu a importância da resiliência, apoiando-se na colaboração entre as colegas.

Andressa diz que, embora ainda tímida, a presença feminina no ITA aumentou, com mais professoras e mulheres também em posição de destaque, e cita, como exemplos, a Vice-Reitora e a Pró-Reitora de Administração. A conscientização sobre a importância da representação feminina tem crescido, e iniciativas para apoiar e incentivar mulheres na área de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) estão ganhando força. “Recentemente, o novo Reitor chamou um evento no auditório principal para falar sobre os desafios da inclusão das mulheres. Foi o primeiro na história da escola, com o espaço lotado de homens e mulheres. Então, testemunhar uma discussão respeitosa e sensível de temas como machismo e assédio, além de uma chamada de toda a comunidade à ação me encheu de orgulho de ser Ex-Aluna desta instituição!” 

Apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito, observa Andressa: “A realidade de mulheres nas áreas de STEM, negócios e empreendedorismo ainda é bastante dura. É essencial continuar promovendo a equidade de gênero. Acredito que ela é possível, com políticas, ações e envolvimento de homens e mulheres, criando um ambiente no qual todas possam prosperar de forma leve. O ITA tem uma responsabilidade enorme devido ao papel de destaque que possui na sociedade e está abrindo espaço para esta evolução. Devemos seguir com consistência e persistência”.

Defensora da pluralidade de visões, fundamental para a inovação e a sustentabilidade, Andressa diz que as perspectivas únicas e habilidades das mulheres são valiosas: “Representamos mais da metade da população, e quando ocupamos posições de liderança, temos o poder de influenciar decisões estratégicas e contribuir com perspectivas importantes que tornam as práticas mais efetivas para endereçar desafios complexos. Como consumidoras, temos demonstrado uma forte preferência por produtos e serviços sustentáveis, impulsionando as empresas a adotar práticas mais responsáveis”.

Andressa enfatiza que a participação das mulheres nos campos da tecnologia e da engenharia tem aumentado, mas ainda enfrenta muitos desafios. No Brasil, iniciativas para promover a inclusão e a igualdade de gênero têm ganhado destaque, mas a disparidade ainda é significativa. “É fundamental continuar incentivando crianças, adolescentes e jovens mulheres, desde a educação básica, a seguirem carreiras em STEM”, sugere.

Ela equilibra maternidade com compromisso profissional por um futuro sustentável. Reconhecida nacional e internacionalmente por sua abordagem multifacetada e pioneirismo na sustentabilidade empresarial, Andressa advoga por políticas públicas que incentivem práticas sustentáveis e responsabilizem as não sustentáveis.

Ela desafia empresas a integrarem a sustentabilidade em todas as áreas, levantando questões importantes: Como avaliam aspectos socioambientais na alocação de investimentos? Como escolhem materiais e processos para produtos e serviços? Como qualificam fornecedores em ESG? Como envolvem a comunidade na geração de valor?

“Busco impacto e valor real, compreendendo as nuances de negócios sustentáveis. Em sistemas complexos, precisamos adaptar-nos ao imprevisível e sentir o que está acontecendo para responder adequadamente. Comando e controle nem sempre funcionam. Devemos buscar dados e padrões, mas também considerar aspectos humanos, ambientais e cognitivos”, recomenda.

Andressa vê o futuro da sustentabilidade nos negócios relacionado com inovação, tecnologia e sensibilidade. Áreas como economia circular, energias renováveis e biodiversidade revolucionarão concepção, produção e consumo. Logo, “práticas sustentáveis não só preservam o planeta, mas também reduzem custos, aumentam eficiência e criam novas oportunidades de mercado”.

“Digitalização e automação terão papel importante, permitindo monitoramento preciso e gestão eficiente de recursos. Regulamentações e investimentos verdes serão catalisadores de práticas empresariais sólidas. Colaboração entre setores, governos e sociedade civil será fundamental para soluções escaláveis”, prospecta.

Enfatizando a importância de responder com rapidez e sensibilidade a crises para proteger a reputação e viabilidade a longo prazo, Andressa diz também que “a abordagem estratégica transforma desafios em oportunidades de crescimento e fortalecimento organizacional”. Ressalta, ainda, que empresas que adotam abordagem holística, considerando valores sociais e ambientais, serão líderes do futuro e, talvez, as únicas a prosperar.

Andressa de Mello conclui, destacando que “nós, iteanos, ocupamos posições de liderança em diversas áreas, o que nos confere a responsabilidade de educar indivíduos conscientes dos desafios de sustentabilidade, abrangendo seus aspectos éticos, sociais e ambientais, capacitando-os a impactar positivamente a transformação que o mundo necessita”.

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