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Paulo Gastão Silva: “Eu já nasci engenheiro”

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O iteano de 70 anos, Paulo Gastão Silva (T76), é dono de uma carreira extraordinária na Engenharia militar e civil. E não consegue se ver em outra atividade desde 1976, quando se formou pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), iniciando sua carreira na Força Aérea Brasileira (FAB) e, depois, na Embraer, onde foi diretor do Programa KC-390 – considerado um prodígio de avanço tecnológico e espinha dorsal da aviação de transporte da FAB

O interesse em cursar Engenharia no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) começou nos tempos de colégio, quando sua professora de francês mostrou a Paulo Gastão uma reportagem de revista sobre o Instituto, que até então era desconhecido por ele. A partir daí, começou a perseguir seu objetivo de cursar Engenharia no ITA. E, em 1973, já aluno do segundo ano, foi ao salão aeroespacial de São José dos Campos, quando decidiu pelo curso de Engenharia Aeronáutica, que concluiu em 1976.

Paulo Gastão é curitibano e fez parte da primeira turma de alunos civis que optaram pelo Quadro de Oficiais Engenheiros (QOENG) da Força Aérea Brasileira. Assim, ao concluir o curso em 1976, foi nomeado Primeiro-Tenente no QOENG e designado para a então Subdivisão de Ensaios em Voo da Divisão de Aeronaves do Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento (PAR/IPD) – atual Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV), onde atuou como engenheiro de ensaios. Em 1979 concluiu o curso de engenheiro navegante de ensaios em voo na École du Personnel Navigant D’Essais et de Réception (EPNER), na Base Aérea de Istres, na França.

Participou, também, de vários programas de ensaios em voo, de desenvolvimento e de certificação, civil e militar, com destaque para o T-27 Tucano e o ítalo-brasileiro AMX, no qual trabalhou por muitos anos, inclusive integrando a primeira equipe de ensaios em voo brasileira enviada pela FAB à Itália, nos anos 1985 e 1986.

Coordenou todas as atividades de engenharia da Divisão de Ensaios em Voo, até assumir a chefia da Divisão de Homologação Aeronáutica do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), responsável pela certificação das aeronaves civis no Brasil, antes da criação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), onde permaneceu por três anos.

No Centro Técnico de Aeronáutica (CTA), atual Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Paulo Gastão trabalhou na área de planejamento e controle técnico e, depois, foi vice-diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEAv). Nessa época, concluiu o mestrado em Gestão de Ciência e Tecnologia (ITA – 1995). Por mais de dois anos, exerceu o último cargo como militar:  diretor do IEAv, de fevereiro de 1998 até setembro de 2000, quando se despediu do serviço ativo da FAB como Coronel Engenheiro, iniciando o que ele considera “a segunda carreira”, na Embraer.

A concepção e o desenvolvimento do Programa KC-390

Sua trajetória na Embraer sempre foi na área de defesa e segurança. Inicialmente, trabalhou como gerente do negócio F-X na concorrência lançada pela FAB, em 2001, e encerrada sem decisão. Depois, atuou na área de estratégia e inteligência de mercado, onde conduziu os estudos de mercado para a aviação militar de transporte, que resultaram no conceito do KC-390.

Seu envolvimento no Programa KC-390 se deu quando se apaixonou pela ideia de desenvolver o cargueiro, a partir dos estudos preliminares de mercado. Coordenou, desde 2005, e acompanhou a evolução dos estudos, aumentando assim, progressivamente, sua dedicação ao Programa KC-390

“Fiz a transição dos estudos para o desenvolvimento, com a contratação pela FAB, tornando-me responsável pela gestão do Programa, que incluiu também a industrialização e a produção seriada” – conta com orgulho.

Com o aprofundamento e a ampliação dos estudos do KC-390, dedicou-se cada vez mais ao projeto. Depois da assinatura do contrato de desenvolvimento com a FAB, em 2009, e a formalização do programa, tornou-se responsável por sua gestão, permanecendo assim até a aposentadoria, no final de 2018.

Ele explica que, na Embraer, sua atividade incluía integrar o processo de definição de novos produtos, que passava por uma interação entre a área de inteligência de mercado, que identifica, qualifica e quantifica as necessidades, e, ainda, a área de projetos avançados, que identifica e analisa alternativas que permitam atender às necessidades de mercado.

No caso do Programa KC-390, esse processo, iniciado em 2005, contou com o apoio da FAB para a sua definição de requisitos, formalmente, a partir de 2007, e prosseguiu com a apresentação e a negociação da proposta para o desenvolvimento, a partir do final de 2008.

Com a assinatura do contrato com a Força Aérea, em abril de 2009, começou o desenvolvimento da aeronave KC-390, com envolvimento crescente de recursos de toda ordem, em especial humanos, que incluiu a produção de dois protótipos, para a realização dos ensaios em voo. O primeiro foi apresentado no segundo semestre de 2014, na cerimônia chamada “rollout”. Voou pela primeira vez no início de 2015. Quando atingiu a maturidade necessária no seu desenvolvimento, foi assinado, em 2014, o contrato para a produção seriada.

Rollout

A certificação da aeronave básica pela ANAC ocorreu em outubro de 2018 e a certificação militar completa (FOC – Full Operational Capability), pelo IFI/DCTA, deu-se em abril de 2023.

A primeira aeronave de série foi entregue à Força Aérea em setembro de 2019, quando Paulo Gastão já não estava mais à frente do Programa. Depois da FAB, o KC-390 já foi vendido a vários países, inclusive alguns pertencentes à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Sobre o KC-390

A iniciativa da Embraer em parceria com a FAB foi um empreendimento ambicioso destinado a atender às necessidades de transporte militar não apenas do Brasil, mas também de parceiros internacionais. Segundo a FAB, o KC-390 Millennium é um exemplo notável de sucesso no setor aeroespacial brasileiro, destacando-se por sua versatilidade e capacidade de enfrentar desafios em diversas áreas de operação. Sua carga total pode chegar até 26 toneladas, permitindo o transporte de tropas, veículos militares e equipamentos com facilidade, contribuindo significativamente para as operações das Forças Armadas brasileiras. Sua versatilidade para decolagem e pouso em pistas curtas e não pavimentadas amplia a possibilidade da FAB de responder a uma ampla variedade de cenários operacionais, incluindo áreas remotas e desafiadoras.

Reconhecimento

A trajetória profissional de Paulo Gastão – 42 anos dedicados à engenharia aeronáutica – é um testemunho de entrega para os novos engenheiros e profissionais da aviação. Ele teve uma carreira de excelência e é um exemplo para quem quer construir um legado duradouro e significativo na engenharia. Quando ele afirma: “Eu já nasci engenheiro“, denota o quanto a paixão significou e impulsionou a sua formação e o sucesso da sua carreira profissional.

“A formação pelo ITA foi essencial ao desenvolvimento da minha carreira, e não apenas no aspecto técnico, mas também do ponto de vista das relações humanas no trabalho, das atitudes diante dos problemas e da disposição em resolvê-los” – reconhece Paulo Gastão.

O conhecimento, a dedicação e o comprometimento de Paulo Gastão no Programa KC-390 deram resultado promissor para a Embraer, a FAB e a sociedade brasileira.

A ITAEx parabeniza a Embraer pelos últimos anúncios de vendas dessa aeronave – que tem tudo para se tornar mais um grande sucesso comercial da empresa; ao engenheiro Paulo Gastão (T76), nossa admiração pela rica contribuição ao Programa KC-390; a FAB, por sempre acreditar que os brasileiros são capazes de grandes realizações e conquistas, colocando o Brasil na vitrine tecnológica e industrial da aviação.

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